Substância age sobre
a memória de longo prazo dos insetos polinizadores. Cientistas
britânicos e americanos analisaram dois gêneros de plantas....
Um
estudo feito por cientistas britânicos e americanos analisou os efeitos da
cafeína sobre a memória de longo prazo das abelhas e percebeu que a substância
afeta drasticamente a forma como esses insetos se lembram do cheiro das flores
que polinizam. Os resultados estão publicados nesta quinta-feira (7) na
edição online da revista "Science".
O néctar das flores de muitas plantas contém,
além de açúcar, compostos como cafeína e nicotina. Em altas concentrações, o
gosto amargo dessas substâncias repele os animais, mas, quando as dosagens são
baixas, as abelhas parecem preferir o néctar com cafeína.
Segundo a principal pesquisadora, Geraldine
Wright, do Centro de Comportamento e Evolução do Instituto de Neurociência da
Universidade de Newcastle, na Inglaterra, as flores das plantas pertencentes
aos gêneros Coffea e Citrus reúnem
a quantidade certa de cafeína para atrair os insetos polinizadores –
responsáveis pela fertilização das flores, por meio da transferência de grãos
de pólen.
No experimento, os
cientistas treinaram abelhas para associar um aroma floral a uma recompensa de
açúcar. Os insetos que perceberam o cheiro também estenderam a "boca"
em forma de tubo, como se esperassem pelo "presente". Quando a
recompensa continha ainda cafeína, o triplo de abelhas se recordou do aroma ao
fim de 24 horas, e o dobro lembrava dele três dias depois.
Ao
olhar com atenção para o cérebro das abelhas, os autores descobriram que a
cafeína desencadeia mudanças no potencial da membrana dos neurônios envolvidos
na aprendizagem e na memória olfativa. Segundo os pesquisadores, se a cafeína é
capaz de ajudar os insetos a se lembrar das características de certas flores,
eles poderiam se tornar mais propensos a continuar fiéis a essas plantas – uma
enorme vantagem para a manutenção da espécie.
De acordo com os cientistas, novos estudos
são necessários para determinar se as substâncias contidas no néctar das flores
podem ter outros efeitos. Além da Universidade de Newcastle, participaram do
trabalho as universidades britânicas de Dundee e Greenwich, os Reais Jardins
Botânicos de Londres e a Universidade do Estado do Arizona, nos EUA.
Fonte: G1
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